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A DISPUTA CUBA-EUA E O PROBLEMA CUBANO PDF Imprimir E-mail
Escrito por Indicado en la materia   
Viernes, 26 de Diciembre de 2014 16:14

Por Jorge Hernández Fonseca.-

Há uma confusão - generalizada entre observadores não cubanos - a respeito da especial situação que surgiu a partir da aproximação entre os EUA e Cuba. É a mistura que se faz entre o chamado "problema de Cuba" e o tradicional "conflito entre Estados Unidos e Cuba".

Ambos os casos estão relacionados logicamente, mas, são bem diferentes em natureza e essência. No entanto, neste artigo, vemos criticamente o fato de os EUA terem desperdiçado suas melhores armas de negociação, entregando-as à ditadura cubana sem pedir nada em troca.

"O problema de Cuba" é o nome genérico da situação especial que atravessa a ilha desde que Fidel Castro tomou o poder "pela força" (como ele gosta de dizer) quase 56 anos atrás. Este "problema" para os defensores da ditadura cubana --em geral pessoas de esquerda-- é "positivo e quase providencial", enquanto que para a maioria das pessoas da ilha --e para mais de 20% de a população cubana forçada a exilar-se ou a "emigrar", como a ditadura diz-- é uma situação deplorável que destruiu o país.

"A disputa entre Cuba e os EUA", por sua vez, é a ampla deterioração das relações entre os dois países desde que Fidel Castro tomou o poder em Cuba. Seu ponto de partida foi a filosofia anti-americana expressa por escrito pelo líder cubano. Isso ficou claro mesmo antes de ele chegar ao governo e levou à ruptura das relações diplomáticas, em parte pelo confisco, sem compensação, de bens e negócios de cidadãos norte-americanos na ilha (razão também do embargo) e em parte pelo apoio dos EUA à oposição cubana em suas tentativas de derrubar o governo por via beligerante durante a guerra civil nas duas primeiras décadas do governo comunista cubano.

Podemos dizer, então, que a "disputa entre Cuba e os EUA" é um dos resultados mais conhecidos do "problema cubano", mas não é a única, ou mesmo, a mais importante, embora seja a aresta internacionalmente mais conhecida. Sendo "o problema cubano" a causa real da "disputa Cuba-EUA" tem certa lógica se relacionar a solução da disputa entre os dois países com a solução do problema que lhe deu origem e que é a chave para as inferências erradas feitas sobre o objeto desta análise.

O "problema cubano" trouxe uma série de consequências fora do "litígio Cuba-EUA". O castrismo é, antes de mais nada, a implantação de uma ditadura totalitária contra a sociedade cubana da ilha; é a nacionalização forçada de todos os negócios em Cuba, sem olhar a sua nacionalidade. Na realidade, não apenas os americanos foram confiscados, tambem cubanos, espanhóis e, em geral, qualquer empregador no interior da ilha foi violentado economicamente. O "problema cubano" é, também, a interferência política e militar nos países latino-americanos aos quais Cuba enviou guerrilheiros para impor uma guerra de conquista (Brasil, Argentina, Bolivia (Che Guevara), Uruguay, Venezuela, Panama, Colombia (ate hoje), Peru, Chile, Salvador, Guatemala, Honduras, Nicaragua) , que visava submetê-los, a exemplo da lha, a um regime comunista.

Como se deduz do anterior, a questão que tem afetado os cubanos, aos americanos e todos os latino-americanos é o "problema de Cuba" e não a "disputa Cuba EUA". O "problema de Cuba" é a "grande mãe" de tantas conflitos que ainda afetam a América Latina em geral, e os EUA em particular. Como os EUA --com todos os aspectos de seu poder global-- haviam imposto sanções políticas e econômicas sobre a ditadura cubana (em reação ao confisco sem compensações adotado pelo regime de Fidel Castro) a população da ilha esperava que, quando EUA decidissem negociar com a ditadura as diferenças entre os dois países, fossem incluídos nas negociações elementos que favorecessem a solução do "problema de Cuba" na certeza de que, ao resolvê-lo, estaria beneficiando também seus próprios interesses, ao eliminar um foco de resentimentos negativos entre os EUA e a América Latina.

Certamente é uma prerrogativa de cada país (EUA respeito a Cuba) garantir seus interesses acima dos interesses estrangeiros. Não há dúvida quanto a isso. No entanto, para muitos, a continuação do "problema de Cuba", reforçada pelas grandes vantagens que, sem dúvida, obterá a ditadura como resultado das negociações entre Raul e Obama, redundará em desvantagem para os interesses dos EUA no seu próprio país e no resto da América Latina, onde a influência da ditadura de Fidel Castro é fortemente sentida.

É verdade que as negociações conduzidas pela equipe de Obama --segundo tem sido afirmad- - foi vista como forma de "entrar" na ilha, com o objetivo de influenciar e determinar de maneira próxima e determinante a mudança geracional que está prestes a ocorrer em Cuba. Também é verdade que um grande grupo de empreendedores cubanos e cubano-americanos têm defendido uma solução deste tipo na certeza de que sua influência será fundamental para os futuros líderes da ilha na transição que se desenhará a partir da morte dos Castro.

Não há dúvida de que a "mexida" que se promove dentro da ilha com esta mudança substancial nas relações Cuba-EUA reserva surpresas. Elas são próprias do retumbante fracasso do regime. Fracasso econômico, pois a sociedade socialista cubana não produz nada, sendo parasita por natureza. Fracasso político, pois impõe uma ditadura totalitária longa e cruel há mais de meio século. Fracasso social, pois mais de 20% da população cubana viu-se na necessidade de exilar-se e os que permanecem na ilha têm o exílio como objetivo principal e imediato. Fracasso moral, pois, na sociedade socialista cubana, vigora o princípio do "cada um por si", ante o qual tudo é possível.

Considero pertinente afirmar, agora, que eu conheço bem a posição atual do governo e da elite norte-americana. Ela está alinhada muito mais com a estabilidade dentro da ilha do que com a derrota do totalitarismo (evitando um êxodo "balseiro"). Reconheço, igualmente a dificuldade que teve a oposição política cubana, dentro e fora do país, de ser identificada aos olhos dos EUA e do resto do mundo, incluída a Europa e a América Latina, como uma opção confiável de poder, capaz de impedir a infiltração do tráfico de drogas na futura estrutura de governo da ilha. Essa é a mais provável razão pela qual os EUA reconheceram a ditadura e o forte controle que ela exerce em todo o território nacional e nas águas adjacentes, evitando surpresas de um futuro incerto.

No entanto, neste artigo, vemos criticamente o fato de os EUA terem desperdiçado suas melhores armas de negociação, entregando-as à ditadura cubana sem pedir nada em troca. Li textos defendendo essa abordagem como a melhor maneira de influenciar na sociedade cubana com o objetivo de hierarquizar a transição para uma sociedade democrática. Tal tarefa, desde meu ponto de vista pessoal, teria sido melhor executada se o levantamento das sanções entrasse na mesa de negociações "para" a democratização.

Creio que, da maneira como as coisas foram feitas, para tentar solucionar seu conflito com a ilha, os EUA pretendem preservar "parte" de seus interesses. Sim, a bem da verdade, apenas uma parte deles. Castro é um perigo político potencialmente superior ao narcotráfico, como ficou evidenciado pela infiltração do regime de Fidel Castro na Venezuela, no Equador, na Bolívia e na Nicarágua, seguindo-lhes muito de perto o Brasil, a Argentina, o Uruguai, o Chile e El Salvador. Além disso, gostaria de poder ler, a partir de defensores das atuais negociações Raul-Obama, uma seqüência fundamentada e lógica de ações que, derivando da entrega das cartas que os EUA propiciaram aos irmãos Castro, sem pedir nada em troca, nos levem, num tempo razoável, à democratização da ilha. Essa é a única maneira de resolver o "problema cubano" e as suas consequências para seu sofrido povo, bem como promover a estabilidade democrática na América Latina, em vez de resolver apenas o "conflito Cuba-EUA", como foi pretendido nesses acordos.

http://www.cubanet.org/author/jorge-hernandez-fonseca/

Traduzido do espanhol por Percival Puggina

Tomado de www.puggina.org


Última actualización el Jueves, 02 de Julio de 2015 12:26
 
Uma oportunidade para Cuba PDF Imprimir E-mail
Escrito por Indicado en la materia   
Jueves, 04 de Diciembre de 2014 23:52

Por Rafael Rojas.-

Em abril do próximo ano acontece no Panamá a Cúpula das Américas, que será assistida por todos os governantes do continente. O tema da reunião, segundo anunciou a chancelaria panamenha em meados de outubro, será Prosperidade com Equidade: desafios da cooperação nas Américas. Sob esse tema, a Organização dos Estados Americanos (OEA) procura criar um clima de confiança, que faça os governos dos Estados Unidos, Canadá, América Latina e Caribe se sentirem confortáveis, em um debate sobre as prioridades de colaboração regional em termos de saúde, educação, meio ambiente, seguridade e governabilidade democrática.

Apesar de as condições parecerem perfeitas para se conseguir esse objetivo – todos os governos da região, menos um, são democráticos e todos sofrem, em maior ou menor medida, com a desigualdade, a insegurança, a deterioração do meio ambiente e o acesso não equitativo à educação e à saúde –, a cúpula do Panamá não estará unicamente centrada no protocolo da colaboração interamericana. Um tema aparentemente lateral, o reingresso de Cuba à OEA, acompanhará ruidosamente a cúpula – que já está acontecendo – e decidirá, em boa medida, o saldo da reunião presidencial nessa cidade centro-americana.

Se Raúl Castro aceitar, finalmente, o convite da OEA e da chancelaria panamenha, pela primeira vez, desde 1962 ou, mais claramente, desde 1956, um chefe de Estado cubano assistirá ao fórum interamericano mais importante. Foi justamente no Panamá, naquele ano, que Fulgêncio Batista participou de uma cúpula de governantes americanos, a qual coincidiu com o presidente Dwight Eisenhower. O discurso de Batista no Panamá ficou marcado na história do anticomunismo do hemisfério, que então guiava a política externa de Washington. Batista dizia que na América Latina havia um anticomunismo mais frágil do que nos Estados Unidos porque o “assunto do comunismo internacional” era “desagradável” para os governos da região que, equivocadamente, “inclinavam-se a adiar para amanhã essa ameaça enorme”.

Se Raúl Castro aceitar o convite, pela primeira vez desde 1956 um chefe de Estado cubano participará do mais importante fórum interamericano

Em 1956, Batista não era formalmente um ditador, já que em novembro de 1954, dois anos depois do golpe de Estado que o levou ao poder, tinha sido eleito presidente, mesmo com a abstenção eleitoral da oposição e o controle autoritário do processo. Depois da eleição, o general decretou uma anistia ampla, que favoreceu Fidel Castro, que passou menos de dois anos na prisão por ter assaltado um quartel do exército, e também o ex-presidente Carlos Prío Socarrás, que voltou à ilha, assim como muitos outros exilados no México, Venezuela, Europa e Estados Unidos. Batista também restabeleceu, nominalmente, a Constituição de 1940, mas na prática continuou governando ditatorialmente, sem oposição e com uma repressão sistemática da juventude revolucionária.

No Panamá, Batista falou em nome dos velhos e novos ditadores anticomunistas latino-americanos (Marcos Pérez Jiménez, Gustavo Rojas Pinilla, Rafael e Héctor Bienvenido Trujillo, Anastacio e Luis Somoza, Alfredo Stroessner, Francois Duvalier…), alguns dos quais, como Pérez Jiménez, Somoza, Trujillo e Stroessner também participaram daquela cúpula. Apesar de essa luta de “nações livres e soberanas” contra a “grande calamidade” do comunismo, nas palavras de Batista, ser realizada em nome da “democracia”, a verdade é que os Estados Unidos apoiava ditaduras militares e diversas variantes de autoritarismo, contanto que se unissem à agenda anticomunista.

Depois do triunfo da Revolução Cubana, em janeiro de 1959, Cuba permaneceu na OEA e seu primeiro embaixador foi o experiente político da esquerda não comunista Raúl Roa García. Sendo já chanceler, Roa participou de uma reunião de ministros de Relações Exteriores da América em San José, Costa Rica, em agosto de 1960, que, sem expulsar a ilha da organização, condenou a intervenção de potências estrangeiras em assuntos americanos, em alusão às crescentes relações militares e comerciais do governo cubano com a URSS e outros países comunistas do Leste Europeu e Ásia. Roa e a delegação cubana abandonaram a reunião de San José, em protesto contra a revolução, e Fidel Castro lançou a Primeira Declaração de Havana, frente a centenas de milhares de seguidores, na Praça da Revolução.

Integrar a ilha ao sistema interamericano é solução melhor do que a exclusão e o isolamento

Em 1961 e 1962 aconteceram em Punta del Este, Uruguai, duas conferências da OEA. A primeira foi uma “reunião de consulta”, na qual o governo de John F. Kennedy apresentou o projeto da Aliança para o Progresso como alternativa geopolítica ao já declarado socialismo pró-soviético cubano, da qual Che Guevara também participou. Na segunda reunião com chanceleres da região, o presidente da ilha Osvaldo Dorticós interveio e dedicou-se à expulsão do país caribenho da OEA, por ter adotado uma forma de governo marxista-leninista, contrária aos princípios e objetivos do sistema interamericano. A resolução foi aprovada por 14 votos e seis abstenções, de Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Equador e, até, México.

Com frequência se diz que o México se opôs à expulsão de Cuba da OEA mas, tecnicamente, os mexicanos assinaram a Declaração de San José e se abstiveram de votar, em Punta del Este, a resolução final. O México, por sua vez, apoiou a Aliança para o Progresso, a separação de Cuba da Junta Interamericana de Defesa e a criação de uma Comissão de Segurança que investigasse o apoio de Havana à “subversão comunista”. Em seu discurso em Punta del Este, o embaixador mexicano Manuel Tello reconheceu a autodeterminação de Cuba, mas sustentou a “incompatibilidade radical entre o pertencimento à OEA e uma ideologia e um sistema político totalmente estranhos ao que até agora foi o denominador comum das instituições próprias dos povos do Novo Mundo”. Tão estranho, agregava Tello, quanto uma “monarquia absoluta”.

Assim, em 1962 a exclusão de Cuba da OEA gerava consenso na América Latina. Mais de meio século depois, o que gera consenso é o contrário: a inclusão da ilha do sistema interamericano. Essa mudança de posição não se deve tanto às reformas do governo de Raúl Castro, que a região considera insuficientes, como o fim da Guerra Fria e a ausência de um bloco comunista internacional interessado em destruir as instituições democráticas na América Latina. A depressão geopolítica da corrente bolivariana, que lutou por substituir a OEA pela CELAC, também favorece essa atmosfera favorável ao reingresso de Cuba. Não é o bloco bolivariano, mas alguns dos governos com maiores credenciais democráticas da região os que defendem, com veemência, a volta da ilha para a OEA.

Há fórmulas para exigir que o governo de Raúl Castro aceite entrar na organização democrática

De onde vêm as principais resistências? Em primeiro lugar, do governo cubano, que na cúpula passada de Cartagena, em 2012, estabeleceu como posição oficial a assistência ao fórum sem reintegrar-se à instituição. Em segundo lugar, a direita anticomunista norte-americana ou cubano-americana, que rechaça qualquer retomada de relações com Havana, antes que o regime cubano desapareça ou se democratize. E, em terceiro lugar, a própria administração Obama e seu Departamento de Estado que, apesar de terem exigido em 2012 que Raúl Castro aceitasse a reincorporação à OEA, agora têm dúvidas quanto a ir ao Panamá porque o regime cubano viola o sistema interamericano de direitos humanos, consagrado na Declaração de Quebec de 2001.

Se há algo com que concordam Washington e Havana, a OEA e a América Latina é que em Cuba persiste um sistema comunista, ao qual a maioria das esquerdas da região sequer aspira. O que inclina a própria instituição e o continente a convidar o governo cubano a esse fórum é o desejo de contribuir para a democratização da ilha por meio da integração, não da exclusão ou do isolamento. O risco é que o governo cubano e seus aliados bolivarianos assumam o regresso ao sistema interamericano como uma legitimação do comunismo, ou seja, como o direto de um regime não democrático a pertencer a uma organização de estados democráticos. Existem, no entanto, fórmulas diplomáticas para exigir, de maneira inequívoca, que o governo de Raúl Castro se incorpore à organização por meio da assinatura e o acatamento da carta interamericana de direitos humanos.

Rafael Rojas é historiador.

EL PAIS; ESPANHA

 
Negociando o autoritarismo em Cuba? PDF Imprimir E-mail
Escrito por Indicado en la materia   
Lunes, 15 de Septiembre de 2014 01:51

Por Rafael Rojas.-

O Governo de Raúl Castro conseguiu com que a comunidade internacional, incluindo a atual Administração norte-americana, entenda que o caminho das reformas na ilha é frágil.

A América Latina, a União Europeia e, em menor medida, os Estados Unidos, estão propiciando uma negociação com Havana diante do medo de uma marcha-a-ré, que se insinua com frequência, ou a diversos cenários alarmantes que o próprio Governo contempla, e convencidos de que esses passos para o mercado, tímidos e mal planejados, são preferíveis ao imobilismo ou regressão que caracterizaram os últimos anos de Fidel Castro.

Última actualización el Miércoles, 24 de Septiembre de 2014 12:21
 
A “solução” castrista para a crise venezuelana PDF Imprimir E-mail
Escrito por Indicado en la materia   
Sábado, 13 de Septiembre de 2014 10:59

Por Jorge Hernández Fonseca.-

A recente cúpula dos principais dirigentes venezuelanos chavistas, na Havana, Cuba, na qual participou provavelmente Hugo Chávez, mas, que foi dirigida e organizada pelos irmãos Castro, conseguiu “aprovar” por consenso uma estratégia para resolver o problema que se apresentará o próximo 10 de Janeiro. É o dia que a Constituição da Venezuela estabelece para o fim do atual mandato presidencial e o início do próximo. Como Chávez não pode viajar à Caracas para a toma de pose, Cuba comprometeu todos os participantes com uma solução salomônica.

Antes de analisar a alternativa preparada e apresentada por Cuba na reunião convocada na Havana, é necessário fazer uma retrospectiva dos antecedentes que fizeram à cúpula castrista convocar Diosdado Cabello urgente à Havana e adiaram a volta à Caracas do vice-presidente em funções de presidente, Nicolás Maduro. Desde que o Chávez designara “a dedo” ao Maduro como seu substituto em caso de “ausência total” e selecionara ele como o “elegido” para a chapa chavista das eleições que deveriam convocar-se na ausência definitiva do Chávez, Cabello começou a conspiração. O ideólogo do chavismo, Heinz Dieterich, o plasmou de maneira aberta numa entrevista, que mereceu uma resposta agressiva de Cabello, incluindo insultos.

O problema que se apresentava ante “os irmãos Castro” era que o início da luta pelo poder na Venezuela tinha começado bem antes do que o líder bolivariano morrer, por ciúme de Cabello, um líder militar, ante a nominação de Maduro, um simples “motorista de ônibus”. A nominação de Maduro ao frente do governo satisfaz as ambições de Cuba, mas, não à cúpula militar que Cabello representa. A solução cubana tem sido salomônica: Chávez continuará presidente desde o hospital na Havana e nem Cabello nem Maduro serão presidentes por enquanto.

A solução constitucional exige que o dia 10 de Janeiro, se Chávez não se apresenta à toma de pose, o presidente do Congresso, Diosdado Cabello, assume a presidência do país e nomine uma comissão de especialistas médicos que façam diagnósticos se Chávez está invalidado permanentemente ou não. Se há invalidez permanente, a Constituição exige que sejam convocadas eleições 30 dias após da certificação. Estabelece um prazo fixo, relativamente curto, para uma nova data de toma de pose, caso certifica-se que não há invalidez permanente.

Com a solução “cubana”, o dia 10 de Janeiro nem Cabello nem Maduro assumirão nada, nem comissão médica nenhuma analisará se Chávez pode ou não tomar pose mais adiante. Inventaram um mecanismo “ipso facto”: como Chávez já é presidente e tem permissão do Congresso para se ausentar por razões de saúde, a data constitucional será posposta (ilegalmente) até que Chávez possa viajar à Venezuela para tomar pose ante a Justiça.

A solução cubana --claramente inconstitucional-- (parecido com o acontecido na Honduras primeiro e no Paraguai depois) vai ter consequências internacionais para a Venezuela, como sucedeu antes nos países mencionados. Sendo tão claro o assunto, parece difícil aceitar que os especialistas de Havana tenham jogado uma carta tão contrária aos interesses do chavismo --e dos seus próprios-- porque Latino-américa reacionará em cascata contra a violação da Constituição. O aparente falho cubano poderia ser explicado da seguinte maneira:

Por um lado, parece claro que os participantes na luta pelo poder venezuelano no queiram permitir que seu adversário seja declarado presidente, estando ainda Chávez com vida. A variante que Cabello --como presidente do Parlamento-- seja proclamado presidente da Venezuela o 10 de Janeiro, implicaria convocar eleições em 30 dias. Maduro quer esta solução, mas Cabello não aceita: prefere violar a Constituição antes de ver seu adversário candidato.

Por outro lado, a Havana não é muito amiga de formalidades legais e muito menos de “ataduras” constitucionais e acredita que pode enganar todo o mundo, dizendo que Chávez é atualmente presidente, e como foi eleito, continuará presidente se não jura o 10 de Janeiro, porque foi “elegido pelo povo”. Esta solução satisfaz ao Cabello, porque não haverá eleições até que os chavistas queiram (porque se Chávez morre, somente será dito quando lhes seja conveniente). Também lhe satisfaz ao Maduro, porque evita que o Cabello tome a presidência.

Esta virtual falta de respeito com a inteligência alheia (de todo um Continente) é característica dos regimes socialistas, que tradicionalmente falham pela aplicação de seus próprios enunciados, que sempre contém inequivocamente o gérmen de sua auto destruição.

Todos os médios da propaganda chavista, assim como seus principais dirigentes, somado ao critério da Havana com a sua solução salomônica, validam a variante que os vai fazer fracassar como sendo a melhor “para Venezuela” nestas circunstancias, o que poderia costar muito caro. Em momentos que o chavismo controla todos os resortes do poder e pode dar uma solução constitucional, com Cabello na presidência, a luta pelo poder, por um lado e os interesses de Cuba ameaçados se Cabello chegara à presidência, por outro lado, não lho permite.

O mundo vai sentar para observar a posição que adotará Brasil (que expulsou ao Paraguai do MERCOSUL por não seguir o rito constitucional e ocultou na sua embaixada na Tegucigalpa ao Zelaya, numa situação similar) quando os chavistas violem a Constituição em algo tão importante como a data constitucional da toma de pose de um presidente em estado terminal.

07 de Enero de 2013

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Raúl Castro quer conversar com EUA. Uma análise PDF Imprimir E-mail
Escrito por Indicado en la materia   
Sábado, 13 de Septiembre de 2014 10:57

Por Jorge Hernández Fonseca.-

Mais uma vez o ditador substituto cubano oferece “conversações” diretas aos Estados Unidos e outra vez mais o faz de maneira errada. Estados Unidos não tem por que estar interessado em discutir pontualmente o sistema político cubano, aspecto que na proposta de Raúl Castro se impõe como uma pré-condição. O que provavelmente interessa a Estados Unidos é mesma coisa que interessa ao povo de Cuba: que todos os cidadãos participem do sistema de governo da ilha, da mesma forma que faz o resto da América Latina, a cuja esfera pertence Cuba.

Realmente não sei como vai reacionar oficialmente o governo norte-americano ante esta proposta ‘rauliana’ de conversações, na qual se incluem pré-condições que provavelmente nada tem a ver com o interesse dos Estados Unidos. Não é que a potência do Norte exija ao ditador cubano um ou outro regime político. O que muito provavelmente interessaria aos EUA são seguridades que em Cuba haja respeito pela opinião de todo o povo e não só de uma minoria --o partido comunista cubano-- que governa sem liberdades hoje, contra tudo seu povo.

A ditadura de una elite (o partido comunista é declaradamente elitista, baseado na sua condição de vanguarda mínima que “dirige tudo o povo”, segundo estabelecem seus próprios estatutos) e isso não é mais possíveis admitir, não pela parte dos Estados Unidos, mas, pelo resto da população da ilha, inerme frente uma ditadura militar autoritária. Argumentos como o de Raúl Castro já tinha sido usado antes pelos líderes do “apartheit” na África do Sul, que insistiam à comunidade internacional para admitir seu regime de terror, baseado na mesma razão que agora esgrime o ditador substituto cubano: “há que respeitar as nossas opções (ditatoriais)”.

Por trás desta proposta de Raúl Castro esta o Brasil, insistindo na necessidade de uma “distensão” para que EUA levante o embargo econômico sobre Cuba e se iniciem os negócios do comércio entre Cuba y EUA usando o Porto de Mariel. Ali os brasileiros têm enterrado mais de mil milhões de dólares para tentar favorecer a ditadura castrista. Logicamente que não haverá negociações com estas precondições e Brasil terá que assimilar o golpe que significa ter entregado à ditadura cubana um dinheiro que não recuperará, nem agora com Raúl Castro impondo condições, nem posteriormente, quando a ditadura já não exista mais.

Há uma alternativa sobre a mesa, que o Brasil pode usar em seus contatos com a ditadura cubana: o Movimento Cristão de Libertação, MCL, tem proposto um plebiscito para consultar toda a população cubana (não aos Estados Unidos, como erradamente faz Raúl Castro) se é que quer continuar sob a bota dos irmãos Castro, ou se quer liberdade total para Cuba.

Estados Unidos deveria responder ao Raúl Castro que “não esta interessado no regime político que se queiram dar os cubanos; que estaria interessado que seja todo o povo cubano --de dentro e fora da ilha-- quem decida e não unicamente Raúl Castro, que nunca foi eleito de forma democrática na ilha, como têm sido com os governantes do resto da Latino-América”.

Uma opção esta nas mãos do atual governo brasileiro: convencer aos irmãos Castro que Cuba não é uma fazenda própria, mas, uma República onde seus cidadãos têm o direito a serem consultados. Brasil deveria promover ante Raúl e o Fidel –o ditador substituto e o ditador real-- a necessidade de uma consulta popular, universal, livre y supervisada: um plebiscito.

22 de Dezembro de 2013

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Última actualización el Sábado, 03 de Enero de 2015 13:47
 
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