O líder da oposição venezuelana e ex-candidato presidencial Henrique Capriles disse que a nova diretoria do canal privado Globovisión ordenou que seus discursos não sejam transmitidos mais ao vivo e assegurou que o Governo de Nicolás Maduro quer controlar “todos os meios”.

“Graças a toda essa grande equipe de trabalhadores da Globovisión fui informado que a nova Diretoria ordenou que eu não saia mais ao vivo”, se pode ler na conta do Twitter de Capriles @hcapriles, onde escreveu mais de uma dúzia de mensagens a respeito em que também reiterou gratidão aos empregados do canal.

“Eu tenho um compromisso com nosso Povo e jamais vou traí-lo! O Governo quer controlar todos os meios, virão outros!”, disse no mesmo espaço depois de qualificar os novos donos do canal como “plugados”, como chama os altos servidores públicos do Governo a quem acusa de estar encistados no poder.

“E os Plugados estão por trás da compra a mais meios de comunicação, assim pretendem controlar o país!”, apontou e reiterou que “seja qual seja a janela” com a qual conte “o Povo terá (…) um defensor da verdade”.

No último dia 13, a Globovisión, que mantinha uma linha abertamente opositora, passou das mãos de seu fundador, Guillermo Zuloaga, aos empresários Juan Domingo Cordero, Raúl Gorrín e Gustavo Perdomo, quem nesta quinta-feira indicaram que se comprometeram com o Governo de Maduro a qual o canal será “muito sensato” na hora de “transmitir informação.

“Pediram-nos que sejamos muito sensatos na transmissão da notícia e isso é o que vamos fazer”, disse Cordero depois de sustentar um encontro com o presidente no palácio presidencial de Miraflores.

Um dia após essa reunião, Capriles comentou em um evento massivo que e no estado ocidental de Lara que tinha se inteirado de que seu discurso não seria transmitido pela Globovisión.

O opositor, que ainda não reconhece o triunfo de Maduro nas eleições do último 14 de abril e impugnou as eleições, reiterou aos seus seguidores que agora cada um deles deve se converter em “multiplicador” do projeto que promove.

O deputado opositor Ismael García, que até a semana passada manteve o programa “Alô Venezuela” na Globovisión, confirmou hoje à Efe que os novos donos do canal lhe notificaram que já não poderia estar à frente desse espaço.

García foi notícia na semana passada, quando difundiu uma gravação de uma conversa telefônica que a oposição atribui ao comentarista chavista Mario Silva com Aramis Palacio, identificado como um alto chefe do G-2 cubano, na qual se revela uma trama de corrupção e um plano inesperadamente de Estado dirigidos por altos servidores públicos do Governo.

Enquanto isso, na rede social Twitter, se posicionou a hashtag “GlobovisionYaNoteVeoMas” (Globovisión já não te assisto mais) com a qual se promove o boicote ao canal, assim como outra que diz “SOSLibertadDeExpresionVzla” (SOS Liberdade de Expressão na Venezuela).

Tomado de INFOLATAM/EFE

Traduzido por Infolatam