Para Collor, Bolsonaro corre risco de impeachment: "Já vi esse filme" |
Escrito por Indicado en la materia |
Domingo, 08 de Diciembre de 2019 12:23 |
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) precisa mudar rapidamente o seu modo de agir em relação ao Congresso para evitar o risco de impeachment. O conselho é de quem já foi obrigado a deixar o Palácio do Planalto em meio a um processo de perda de mandato, o ex-presidente Fernando Collor de Mello. "É necessário que ele perceba que há essa possibilidade e que mude rapidamente o seu modo de agir", disse o atual senador pelo Pros de Alagoas, em entrevista ao UOL e à Folha de S.Paulo, na tarde chuvosa da última quarta-feira (4).
Ele lembrou os erros que cometeu quando eleito em 1989 como o mais novo presidente da história do Brasil, aos 40 anos de idade. Para Collor, Bolsonaro está embarcando nos mesmos erros. Segundo ele, quando os políticos estão desagradados com o presidente, eles arrumam argumentos jurídicos para resolver o problema. "O Congresso é muito versátil em encontrar meios para impedir que um certo governante continue", diz. Outro erro apontado por Collor são as declarações públicas de Bolsonaro e auxiliares. Ele lembra casos recentes, como a possibilidade de reedição do AI-5 aventada pelo ministro da economia, Paulo Guedes, e pelo filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). "Eles estão, no fundo, pensando nisso. Pensam nisso no momento em que não há, por parte do presidente, uma repreensão imediata", afirma. E aponta que o mercado vê da mesma forma: "É isso o que prejudica também o andamento do governo na questão política e que interfere, no final, na questão econômica." O ex-presidente acredita que, graças a essa "gestão claudicante" e ao "liberalismo extremado" da equipe econômica, o governo "vai começar a enfrentar dificuldades com as medidas que enviou ao Congresso". Collor diz ainda não gostar da política ambiental do atual governo. Afirma estar havendo "um brutal retrocesso". Também critica a polarização entre bolsonaristas e petistas. "Estamos vivendo aí uma volta à força bruta", afirma. E diz que não voltaria a apoiar uma candidatura ao Planalto do ex-presidente Lula, como já fez no passado. Ele se considera, hoje, uma "pessoa mais aprimorada" do que quando eleito em 1989. UOL |
Última actualización el Martes, 10 de Diciembre de 2019 05:40 |