Cuba tem pouco progresso na área agrícola cinco anos após das reformas de Raúl Castro Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Jueves, 01 de Agosto de 2013 10:26

A agricultura em Cuba continua em crise e o país ainda é dependente de importações cinco anos depois da chegada de Raúl Castro à Presidência e dos esforços para reformar o setor, segundo um relatório do governo divulgado nesta semana.

azucar cuba

A nação comunista está investindo em algumas safras para reduzir as importações e em outras para aumentar as exportações, mesmo quando perde gradualmente o apoio do Estado sobre toda a produção alimentar e distribuição em favor da iniciativa individual e da lei do mercado.

 

Cuba, carente de dinheiro, importa cerca de 60 por cento da comida que consome a um custo de cerca de 2 bilhões de dólares anualmente, principalmente cereais e grãos como arroz, milho, soja e feijão, assim como outros itens, como leite em pó e frango.

No ano passado, 500 milhões de dólares em importações vieram dos Estados Unidos através de uma exceção ao embargo comercial que permite vendas agrícolas por dinheiro.

A produção de arroz não processado cresceu quase 50 por cento para 642.000 toneladas em 2012, em comparação a 436.000 toneladas em 2008, quando Raúl substituiu seu irmão Fidel, e a produção de feijões cresceu 28 por cento durante o mesmo período, para 127.000 toneladas, o único progresso significativo relatado.

Cuba e Brasil vêm trabalhando há vários anos para cultivar soja pela primeira vez na ilha caribenha, alternando a safra com milho. Mas não há menção à soja no relatório do Gabinete Nacional de Estatísticas (www.one.cu/aec2012.htm), e a produção de milho cresceu apenas 300.000 toneladas, para 360.000 toneladas, durante o período de cinco anos.

Fidel descentralizou a tomada de decisões, arrendou terras vagas para 180.000 agricultores, permitiu a todos os produtores agrícolas a venda de mais produtos no mercado aberto (47 por cento em 2012) e aumentou o preço que o Estado paga para produzir. Apesar disso, a tonelagem de raízes e legumes e bananas e plátanos estagnou em cerca de 5 milhões de toneladas.

O Estado é dono de 80 por cento das terras e arrenda 70 por cento disso para fazendeiros e cooperativas. Os outros 20 por cento da terra são de propriedade de famílias e suas cooperativas e produzem uma porcentagem bem maior da comida do país.

A exportação de safras, do café e cítricos a tabaco e cana-de-açúcar, declinou nos últimos cinco anos, segundo o relatório.

A pecuária não se saiu melhor, com a maioria das categorias estagnada ou declinando, com exceção do leite, que aumentou 8 por cento para 604.000 toneladas.

Durante o período, três grandes furacões atingiram Cuba, onde menos de 10 por cento das terras para cultivo têm irrigação e drenagem adequadas.

Em um trabalho exposto em uma conferência econômica local no início deste ano, o economista cubano Armando Nova disse que os agricultores deveriam ser capazes de comprar os produtos à vontade, em vez de ter que esperar para que lhes sejam atribuídos e entregues pelo Estado.

“É preciso liberar todo o ciclo produtivo, não apenas partes dele”, disse Nova.

Tomado de INFOLATAM/REUTERS

Última actualización el Lunes, 05 de Agosto de 2013 09:09