Washington, 4 nov (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está revisando distintas "opções" para relaxar o embargo comercial e financeiro sobre Cuba mediante ações executivas, disse nesta quarta-feira o porta-voz do Departamento de Estado americano, John Kirby.
"Dentro de suas competências, o presidente relaxou algumas restrições comerciais (...), e segue buscando, analisando e revisando futuras opções", afirmou Kirby em sua entrevista coletiva diária.
"O presidente (Obama) vai continuar revisando suas ações, as oportunidades que tem dentro de sua autoridade atual" para suavizar o embargo à ilha, acrescentou o porta-voz.
Kirby não detalhou quais poderiam ser essas medidas e a Casa Branca não se pronunciou, por enquanto, sobre o assunto.
Consultado pela Agência Efe, outro porta-voz do Departamento de Estado disse que "qualquer futura mudança nas regulações será desenhada para avançar na política de relação e apoio ao povo cubano".
"Acreditamos firmemente que facilitar as viagens, o fluxo de informações e certos tipos de comércio permite aos Estados Unidos impulsionar melhor nossos interesses e melhorar a vida dos cubanos", acrescentou o porta-voz, que não detalhou se as mudanças estariam condicionadas a mais reformas e avanços nos direitos humanos.
Durante sua reunião com Obama nas Nações Unidas no final de setembro, o presidente cubano, Raúl Castro, vinculou a consecução de novos avanços para a normalização das relações com os EUA a uma atuação mais contundente contra o embargo por parte do presidente americano.
Obama, por sua vez, disse ao presidente cubano que maiores reformas em Cuba aumentariam o impacto das mudanças adotadas por seu governo para relaxar o embargo sobre a ilha, cuja eliminação completa depende do Congresso americano.
Até agora, Obama usou seu poder executivo para flexibilizar as restrições de viagem a Cuba dos americanos, autorizar a importação de alguns produtos fabricados pelo pequeno setor privado cubano e dar permissão às companhias de telecomunicações americanas para operarem na ilha.
O presidente também pediu reiteradamente ao Congresso que suspenda o embargo, imposto em 1962 e codificado como lei em 1996, mas é improvável que o atual Legislativo, controlado pela oposição republicana nas duas câmaras, atue nesse sentido antes que o presidente deixe o poder, em janeiro de 2017.
Robert Muse, um advogado considerado por muitos como o maior especialista na legislação americana sobre Cuba, acredita que Obama tem ainda muita margem de manobra em relação à aplicação do embargo.
Se quisesse, Obama poderia deixar o embargo "como um pedaço de queijo com tantos buracos que já não sobraria mais queijo", uma "relíquia" sem efeito real que obrigaria o Congresso a eliminá-lo, disse Muse à Efe em agosto.
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