Cuba prepara-se para líder de nova geração |
Escrito por Indicado en la materia |
Jueves, 08 de Diciembre de 2016 11:34 |
Um Richard Geere das Caraíbas. Além das parecenças com o ator norte-americano, Miguel Díaz-Canel, primeiro vice-presidente de Cuba, surge como o mais provável sucessor dos irmãos Castro na liderança de Cuba. Uma coisa é dada como certa: o futuro presidente será alguém nascido já após a revolução de 1959. Caso, como o anunciou em tempos, Raúl Castro, hoje com 85 anos, cumpra a promessa de se afastar em fevereiro de 2018, no próximo congresso do Partido Comunista. Mesmo que se possa manter como líder partidário. Díaz-Canel tem 56 anos. É um engenheiro eletrónico, discreto, que não veste uniforme militar. Prefere jeans ou um simples fato. Não tem os dotes oratórios de Fidel Castro, nem o traquejo entre os militares de Raúl, mas também não caiu do céu para chegar onde agora está.
Um engenheiro "mais liberto, à partida"De então para cá, Díaz-Canel tem aparecido em representação do Estado cubano junto dos mais importantes líderes mundiais. Além da presença constante nas exéquias fúnebres de Fidel Castro. E dele se admite que seja mais um sinal de abertura, dentro e fora de fronteiras.
O engenheiro Díaz-Canel, nascido na província central de Villa Clara, passou a integrar o restrito grupo dos 15 membros do politburo do PC cubano, em 2003. Seis anos depois foi ministro da Educação e desde 2013 tornou-se a segunda figura do Estado como primeiro vice-presidente. Pela carreira surge assim como o delfim do regime.
A escolha de Díaz-Canel surge assim como a mais provável, a 15 meses de Raúl Castro poder abandonar a presidência. Dificilmente, segundo os analistas, a sucessão poderá passar pelos que ainda restam da "velha guarda" revolucionária, casos de José Ramón Machado Ventura, de 86 anos, ou de Ramiro Valdés, de 84 anos, um dos "barbudos" que participou, com Fidel e Raúl, a 26 de julho de 1953 no histórico e fracassado assalto ao Quartel Moncada.
No jogo de apostas sobre quem será o sucessor dos Castro em Cuba, é certo e sabido que Díaz-Canel terá de saltar vários obstáculos.De qualquer forma, Díaz-Canel tem concorrentes. Senão à altura, capazes de puxar dos galões, quando chegar a altura. Caso do chefe da diplomacia Bruno Rodríguez Parrilla, de 58 anos, que tem tido um papel importante na aproximação aos Estados Unidos e à Europa. Ou até Marino Murillo, um economista de 55 anos, considerado o mentor das recentes reformas económicas em Cuba.
A sucessão de Raúl pelo filho é ainda um dos dados a ter em conta no futuro da política cubana. Poderá ser uma opção vista com agrado pela ala militar mais velha, daqueles que calcorrearam o país de armas na mão, com Fidel, Raúl, Che Guevara, para fazer a revolução que, em 1959, depôs Fulgencio Batista.
Seja quem for, quem suceder aos Castro herdará um país com virtudes e problemas: uma das taxas de envelhecimento mais altas da América Latina, invejáveis níveis de assistência sanitária e de educação, uma economia atingida nos últimos anos pela crise na "amiga" Venezuela e, sobretudo, terá de se haver com uma nova realidade nos Estados Unidos. Governados por Donald Trump e pelos Republicanos.
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Última actualización el Domingo, 11 de Diciembre de 2016 13:22 |