Acordo prevê que delator, ex-diretor da Odebrecht, devolva 8 quilos de ouro, R$ 5 milhões e imóvel em Miami |
Escrito por Indicado en la materia |
Miércoles, 17 de Mayo de 2017 10:34 |
O ex-diretor da Odebrecht Fernando Migliaccio terá de devolver aos cofres públicos R$ 5 milhões e outros bens, entre os quais um imóvel em Miami, contas em Miami e Genebra e oito quilos de ouro depositados em um cofre, segundo o acordo de delação premiada assinado por ele com investigadores da Operação Lava Jato. O acordo foi tornado público nesta terça-feira (16) pelo Supremo Tribunal Federal, depois que o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, determinou a retirada do sigilo.
TUDO SOBRE A DELAÇÃO DA ODEBRECHT Migliaccio assinou delação em maio do ano passado quando estava em Berna, na Suíça, onde foi preso. Ele prestou depoimentos entre 20 de julho e 14 de outubro do ano passado no Paraná. Embora o acordo delação de Migliaccio não tenha sido fechado conjuntamente com os dos outros 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht, foi remetido para homologação do STF junto com o pacote de delações da empreiteira. A delação de Migliaccio é dividida em 15 termos de colaboração. Ele trabalhava no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, o chamado "departamento de propina". Pelo acordo, o valor de R$ 5 milhões, a título de multa, terá que ser pago até o fim de 2017. Há previsão de pagamento de R$ 3 milhões em até 30 dias da homologação do acordo; de mais R$ 1 milhão em até seis meses; e de outro R$ 1 milhão depois de seis meses. O texto da Procuradoria Geral da República que pediu ao Supremo a homologação do acordo afirma que a delação traz "elementos relevantes para instruir o inquérito que apura a organização criminosa do Partido dos Trabalhadores". Esse inquérito está em tramitação no Supremo.
Pena
O acordo assinado por Migliaccio prevê que a pena máxima à qual ele será condenado em todos os processos aos quais responde será de 12 anos. Pelo acordo, Migliaccio vai ficar um ano preso na casa dele em São Paulo, com tornozeleira eletrônica, sem poder sair, em regime fechado; mais dois anos em regime aberto, ficando em casa durante a noite e tendo que se recolher nos feriados e finais de semana sem tornozeleira; e mais quatro a seis anos de prestação de serviços à comunidade por seis horas semanais. Odebrecht
Procurada a respeito do conteúdo da delação de Migliaccio, a Odebrecht informou, por meio de nota, que entende ser "de responsabilidade da Justiça a avaliação de relatos específicos feitos pelos seus executivos e ex-executivos" (leia abaixo a íntegra da nota). A Odebrecht S.A entende que é de responsabilidade da Justiça a avaliação de relatos específicos feitos pelos seus executivos e ex-executivos. A empresa está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua. Já reconheceu os seus erros, pediu desculpas públicas, assinou um Acordo de Leniência com as autoridades brasileiras e da Suíça e com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas.
Trechos da delação
* Colaboraram Renan Ramalho, do G1; Marcelo Parreira e Gabriel Palma, da TV Globo, em Brasília
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Última actualización el Sábado, 20 de Mayo de 2017 10:58 |