Diretor de inteligência acusado de violar Direitos Humanos é promovido a general em chefe na Venezuela Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Sábado, 01 de Julio de 2017 12:17

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, promoveu nesta sexta-feira (30) o diretor do Serviço de Inteligência (Sebin), Gustavo González López, para general em chefe do exército. A promoção ocorre no mesmo dia em que o militar foi acusado pelo Ministério Público do país de violar direitos humanos durante operações policiais.

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Sempre circunspecto e de poucas palavras, González López é um dos militares mais ligados a Maduro, que destaca sua lealdade. Ele também já foi ministro do Interior e Justiça do país.

 

"Anuncio hoje que decidi, major general González López, chefe do Sebin, que capturou os terroristas, os assassinos, que os entrega ao MP e o MP solta, decidi (...) promovê-lo a general em chefe do exército bolivariano", afirmou Maduro em um ato com militantes chavistas em Caracas.

O chefe do Sebin - considerado pela oposição como a polícia do governo - foi alvo de sanções dos Estados Unidos, junto a outros oficiais venezuelanos, por violar os direitos humanos. A medida congelou bens e proibiu qualquer negócio com os envolvidos a partir do território americano.

O presidente venezuelano disse que o Ministério Público "é cúmplice da violência criminal" nas manifestações antigovernamentais convocadas pela oposição venezuelana desde 1º de abril e que já deixou 82 mortos, além de centenas de feridos e detidos até agora - a Promotoria confirmou a morte de mais um estudante hoje.

"Eu quero que nosso povo apoie decididamente nas ruas estes dois corajosos patriotas que defenderam a paz da república e que têm todo o meu apoio", disse Maduro, ao se referir também a Antonio Benavides, ex-chefe da Guarda Nacional (GNB, a polícia militar do país), que também foi acusado pelo Ministério Público.

Pouco antes, o vice-presidente venezuelano, Tareck El Aissami, acusou a procuradora-geral do país, Luisa Ortega Díaz, de dirigir um golpe de Estado contra o governo de Maduro e saiu em defesa de González López e Benavides, a quem chamou de "venezuelanos dignos" e "homens exemplares".

Procuradora-geral

Chavista, a procuradora-geral se distanciou do governo nos últimos meses ao denunciar a ruptura da Constituição por parte do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) e, depois, ao rejeitar a intenção de Maduro de modificar a Carta Magna.

O Supremo iniciará os trâmites de um processo contra a procuradora-geral na terça-feira (4). Luisa Ortega afirmou que não reconhece o Poder Judiciário, pois o mesmo "está desmantelando o Estado", e recebeu o apoio de procuradores de países do Mercosul.

procuradora foi proibida de sair do país e teve seus bens e contas bancárias congeladospelo TSJ. Ortega tem sido intitulada traidora por alguns setores do chavismo por ter se posionado contra a Assembleia Constituinte convocada por Maduro e cuja eleição está prevista para o final de julho.

A denúncia contra López

Ortega denunciou López, diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN), por "graves e sistemáticas violações" dos direitos humanos. Na véspera, a Procuradoria denunciou pelos mesmos crimes o general Antonio Benavides Torres, que até 20 de junho foi comandante da Guarda Nacional.

A denúncia contra Benavides Torres envolve supostos abusos durante protestos contra Maduro. O processo contra González López envolve investigações por "batidas arbitrárias, privações ilegítimas de liberdade" e casos de pessoas que permanecem detidas apesar da ordem de soltura.

G1 GLOBO

Última actualización el Martes, 04 de Julio de 2017 12:33