BRASÍLIA. O empresário Joesley Batista, da JBS, contou à Procuradoria da República no Distrito Federal como avisou os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff a respeito de supostas “contas correntes de propina” que o grupo mantinha fora do país em benefício do PT no valor de R$ 300 milhões.

Os áudios dos depoimentos foram revelados pelo site da revista “Veja”, e o conteúdo foi confirmado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. O termo de colaboração do empresário descreve o fluxo de duas contas-correntes de propina no exterior, cujos beneficiários seriam os ex-presidentes.

Joesley informou que o saldo das duas contas bateu em US$ 150 milhões em 2014. Ele disse que o ex-ministro Guido Mantega (Fazenda/governos Lula e Dilma) operava as contas. Joesley disse que, em outubro de 2014, no Instituto Lula, encontrou-se com Lula e relatou ao petista que as doações oficiais da JBS já tinham ultrapassado R$ 300 milhões. Em áudio revelado pela revista “Veja”, ele confirmou aos procuradores o que já havia dito em delação.

Em meio às eleições de 2014, Joesley diz ter avisado à então presidente e candidata a reeleição Dilma Rousseff sobre as contas e ainda relatou ter ouvido uma suposta cobrança de mais R$ 30 milhões. Já o aviso a Lula sobre a suposta conta de R$ 300 milhões teria ocorrido no Instituto Lula, mas, ao contrário de Dilma, o ex-presidente não teria demonstrado reação, segundo Joesley.

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