Bolsonaro: “Brasil não tem lado na guerra comercial entre EUA e China” Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Viernes, 28 de Junio de 2019 04:16

Ao chegar a Osaka, no Japão, para participar da reunião de cúpula do G20, o presidente Jair Bolsonaro(PSL) disse que o Brasil não tem “lado” na guerra comercial travada entre as duas maiores potências econômicas do planeta: China e Estados Unidos.

Alan Santos/Presidência da República

Os dois governos vêm, reciprocamente, impondo tarifas e sanções a produtos de exportação, em um acirramento de práticas protecionistas com impactos na economia mundial. Bolsonaro apontou que o Brasil até poderia tirar partido da situação para exportar mais para o país asiático, mas que tem trabalhado pela “paz e harmonia”.

 

“A gente não quer que haja briga para poder se aproveitar. Estamos buscando paz aqui, harmonia”, afirmou o presidente, manifestando uma posição equidistante na disputa entre os dois maiores parceiros comerciais do Brasil. Também a agenda do mandatário brasileiro no G20 está equilibrada entre os dois lados da disputa. Ele terá reuniões bilaterais separadas com os presidente dos dois países: o norte-americano Donald Trump, nesta sexta-feira (28/06/2019), e o chinês Xi Jinping, no sábado (29/06/2019). Questionado sobre os assuntos que tratará com Trump, Bolsonaro disse que por ser um encontro “reservado”, não poderia adiantar os temas discutidos.

Desde a campanha eleitoral, Bolsonaro falou várias vezes da admiração por Trump. Ele esteve em março nos Estados Unidos, quando pediu o apoio do norte-americano para o Brasil entrar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Trump declarou apoio ao pleito brasileiro. Em relação a China, Bolsonaro afirmou durante a campanha que o país estava “comprando o Brasil”, o que não seria permitido na atual gestão.

Recentemente, porém, foram emitidos sinais de aproximação. O vice-presidente Hamilton Mourão foi a Pequim, em maio, para participar de reunião da Comissão Sino-Brasileira de Concertação e Cooperação. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, apoiou a eleição do vice-ministro da Agricultura da China, Qu Dongyu, para a direção-geral da FAO (órgão das ONU para agricultura e alimentação), em substituição ao brasileiro José Graziano, que estava no cargo desde 2011. Além disso, Bolsonaro deve ir a Pequim no segundo semestre para uma visita ao presidente chinês Xi Jinping.

Desdobramentos
A aplicação de tarifas e sanções pelos países tem múltiplos desdobramentos: acirra tensões geopolíticas, diminui o crescimento mundial e há até mesmo o temor de que as práticas protecionistas e isolacionistas possam provocar uma recessão em escala global. Por isso mesmo, é grande a expectativa nesta cúpula do G20 de um encontro entre Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping que resulte em algum tipo de acordo para aliviar as tensões nos mercados internacionais.

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Última actualización el Martes, 02 de Julio de 2019 04:06