TRF-4 nega pedido de Lula e mantém desembargadores no processo do sitio Imprimir
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Viernes, 19 de Julio de 2019 04:18

Foram rejeitados nesta tarde pedidos da defesa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para afastar dois desembargadores do julgamento do sítio de Atibaia (SP) - em que o ex-presidente foi condenado em primeira instância a 12 anos e 11 meses de prisão.

Marlene Bergamo/Folhapress

Os advogados pediam que os desembargadores João Pedro Gebran Neto e Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, que julgarão o recurso de Lula contra a condenação, fossem afastados sob a alegação de ausência de imparcialidade. Mas o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), por unanimidade, negou o pedido e manteve os nomes no caso.

 

 

Gebran Neto é relator dos processos da Lava Jato na Oitava Turma do TRF-4, colegiado que vai julgar o recurso de Lula. Thompson Flores era presidente do tribunal e agora integra a mesma turma de Gebran.

No julgamento pela Oitava Turma, a confirmação ou não da condenação de Lula será decidida pelos dois desembargadores e pelo presidente da Turma, Leandro Paulsen -- o único que não teve a parcialidade contestada até o momento.

A defesa de Lula também pediu o afastamento do procurador regional Mauricio Gotardo Gerum, que atua pelo MPF (Ministério Público Federal) nos processos. Mas a ação contra Gerum não estava na pauta de julgamentos da tarde de hoje.

Thompson agiu com "prudência", diz relatora

A defesa do ex-presidente questionou a imparcialidade de Thompson Flores em razão do episódio do "solta e prende" envolvendo Lula.

Em 8 de julho de 2018, o desembargador, então presidente do TRF-4, interveio em uma batalha de decisões entre magistrados do tribunal, em um plantão de domingo, a respeito de um habeas corpus de deputados petistas que pediam a liberdade de Lula em razão de, na época, ele ter a condição de pré-candidato à Presidência da República.

No começo da noite daquele domingo, Thompson Flores determinou que Lula deveria permanecer preso. No recurso em que aponta a suspeição do desembargador para julgar o processo do sítio, a defesa cita uma entrevista de Rogério Galloro, então diretor-geral da PF (Polícia Federal), ao jornal O Estado de S. Paulo, em que dá sua versão para o episódio.

"Depois foi o [presidente do TRF-4] Thompson [Flores] quem nos ligou. 'Eu estou determinando, não soltem'. O telefonema dele veio antes de expirar uma hora. Valeu o telefonema", afirmou. Em manifestação apresentada ao TRF-4, Thompson Flores negou que tenha dado a ordem por telefone.


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Última actualización el Miércoles, 24 de Julio de 2019 04:14