Rússia está próxima de instalar base militar na Venezuela Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Martes, 20 de Agosto de 2019 10:38

A Rússia está bem próxima de consolidar o projeto de instalar uma base militar – primeiro naval, depois aérea -, no litoral da Venezuela. Há dois dias, em Moscou, Vladimir Padrino, ministro venezuelano da Defesa, e seu equivalente russo, o general Serguei Shoigu, assinaram um acordo bilateral permitindo o amplo envio de navios de combate das frotas de ambos os países, um para o outro, apenas “por meio de notificação prévia”.

Tanque e soldados sírios passam por distrito de Aleppo, Síria, no dia 12/12/2016

Shoigu considerou a medida “um ato de cooperação inédito na região em muitos anos”. Padrino destacou a “formalização do protocolo das visitas mútuas” e a possibilidade de discutir “questões referentes à situação atual na Venezuela e o pacto de apoio técnico no campo da defesa”.

 

 

Analistas de inteligência militar do Brasil destacaram que a combinação diplomática foi anunciada uma semana após o presidente dos EUA, Donald Trump, declarar um amplo boicote ao governo de Nicolás Maduro. Para o general Shoigu, “qualquer interferência externa é inaceitável, especialmente nesse momento em que a atmosfera na Venezuela está extremamente tensa”.

O estabelecimento de um centro aeronaval russo no litoral venezuelano ganhou consistência a partir de 2005, quando Vladimir Putin e Hugo Chávez firmaram os contratos iniciais de compra de equipamentos e sistemas para as Forças Armadas Bolivarianas.

Ao longo dos anos outros compromissos, nos setores da extração de petróleo e gás e de infraestrutura, expandiram os interesses entre Moscou e Caracas. Putin abriu linhas de crédito para Chávez e em 2014 também para Maduro.

A história é mais longa. Em 2007 a Venezuela tomou US$ 17 bilhões em recursos para financiamento de seu programa plurianual de crescimento econômico. Por meio da estatal petrolífera Rosneft, o governo russo obteve a concessão de direitos sobre dois campos de produção na plataforma marítima. As reservas nesses lotes são estimadas em cerca de 146 milhões de barris.

Outras duas empresas russas, a Gazprom e a LUKoil, são fornecedoras de serviços para a PDVSA, a estatal de petróleo e derivados fortemente atingida pela crise. A parte não paga da conta chega perto de US$ 3,4 bilhões. Renegociado há dois anos, o débito deve ser quitado em quatro parcelas até 2027.

EXAME

Última actualización el Sábado, 24 de Agosto de 2019 06:23