Reino Unido, Alemanha e Espanha fazem críticas a Macron e defendem acordo UE-Mercosul Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Sábado, 24 de Agosto de 2019 20:47

O Reino Unido criticou neste sábado (24) a postura do presidente da França, Emmanuel Macron, de querer bloquear o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul para pressionar o Brasil sobre os incêndios florestais na Amazônia.

Resultado de imagem para Reino Unido, Alemanha e Espanha fazem críticas a Macron e defendem acordo UE-Mercosul

Ao chegar para a cúpula de países do G7, que começou neste sábado, na França, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson disse que prejudicar o acordo comercial não é o melhor caminho para resolver a questão. "Há todo tipo de pessoa que usará qualquer desculpa para interferir no comércio e frustrar os acordos comerciais, e eu não quero ver isso", disse Johnson.

 

Boris Johnson, do Reino Unidos, e Emmanuel Macron, da França, em encontro e Paris em agosto de 2019 — Foto: Gonzalo Fuentes/ReutersBoris Johnson, do Reino Unidos, e Emmanuel Macron, da França, em encontro e Paris em agosto de 2019 — Foto: Gonzalo Fuentes/Reuters

Boris Johnson, do Reino Unidos, e Emmanuel Macron, da França, em encontro e Paris em agosto de 2019 — Foto: Gonzalo Fuentes/Reuters

Mesmo tom da Alemanha

O Reino Unido acompanhou o posicionamento Alemanha. Na noite de sexta-feira (23), um porta-voz da chanceler Angela Merkel disse que não concluir o acordo comercial com os países do Mercosul "não é a resposta apropriada para o que está acontecendo no Brasil agora".

"A não conclusão do acordo com o Mercosul não ajudaria a reduzir a destruição da floresta no Brasil", acrescentou o porta-voz.

Um funcionário do escritório de Macron disse que o líder francês explicou mais tarde sua posição a Merkel. "É algo que o presidente explicou à chanceler para que ela entenda a posição que ele assumiu ontem e isso é algo que ela entendeu muito bem", disse a autoridade.

A França há muito tempo expressa reservas sobre o acordo com o Mercosul, com Macron avisando em junho que ele não o assinaria se Bolsonaro retirasse o Brasil do acordo climático de Paris. O presidente francês está preocupado com o impacto que o acordo pode causar na produção agropecuária do país, que é a maior da Europa.

A chanceler Angela Merkel sorri durante conferência anual de verão em Berlim, na Alemanha — Foto: Michael Sohn/APA chanceler Angela Merkel sorri durante conferência anual de verão em Berlim, na Alemanha — Foto: Michael Sohn/AP

A chanceler Angela Merkel sorri durante conferência anual de verão em Berlim, na Alemanha — Foto: Michael Sohn/AP

Espanha é contra bloqueio do acordo

Também a Espanha demonstrou ser contrária a um retrocesso no acordo entre União Europeia e o Mercosul.

Em mensagem enviada à agência France Presse, a presidência do governo espanhol afirmou: "Para a Espanha o objetivo de luta contra a mudança climática é um objetivo prioritário, mas consideramos que é justamente aplicando as cláusulas ambientais do Acordo que mais se pode avançar, e não propondo um bloqueio de sua ratificação que isole os países do Mercosul."

O texto diz, ainda, que a Espanha liderou a fase final da assinatura do Acordo UE-Mercosul, confiante de que o acordo "vai abrir enormes oportunidades para ambos os blocos regionais".

Porém, outros países, como a Irlanda, e autoridades apoiam a posição do presidente francês. Neste sábado, ao chegar a Biarritz para participar da cúpula do G7, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que é “difícil imaginar” que o bloco europeu ratifique um pacto de livre comércio com o Mercosul enquanto o Brasil não detém os incêndios que assolam a Amazônia.

"É claro que apoiamos o acordo entre a UE e o Mercosul (...), mas é difícil imaginar um processo de ratificação enquanto o governo brasileiro permite a destruição do pulmão verde da Terra", declarou Tusk.

G1 GLOBO

Última actualización el Jueves, 29 de Agosto de 2019 04:22