Embalado pela crise argentina, dólar em Brasil chega ao maior valor em 12 meses Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Martes, 03 de Septiembre de 2019 14:42

O acirramento das tensões entre Estados Unidos e China e o agravamento da crise cambial na Argentina provocaram nesta segunda-feira (2/9) nova alta do dólar no mercado brasileiro. A moeda norte-americana subiu 1,09%, terminando o dia a R$ 4,184 para venda, a maior cotação desde 13 de setembro de 2018, antes das eleições presidenciais. Entre as moedas de países emergentes, o real foi a que mais se desvalorizou na sessão.

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“A fuga de capitais na Argentina trouxe nervosismo para as moedas de países emergentes, principalmente à do Brasil, já que as economias dos dois países são bastante interligadas”, ressaltou o diretor da Mirae Asset, Pablo Spyer. No fim de semana,  na tentativa de conter a crise, o Banco Central da República Argentina fixou  um limite de US$ 10 mil por mês para a compra de dólar por pessoas físicas.

 

 

A subida do dólar aumentou as chances de o Banco Central do Brasil realizar um novo leilão de divisas para conter a volatilidade no mercado de câmbio. A autoridade monetária tem ofertado a moeda norte-americana em espécie no mercado à vista e, simultaneamente, lançado operações de swap reverso, que equivalem a uma compra futura de dólares. Para o economista e diretor executivo da corretora de câmbio NGO, Sidnei Nehme, os leilões não vêm trazendo tanto impacto. “O BC está tentando manter o dólar ao redor de R$ 4,15, mas, ao mesmo tempo em que oferece liquidez no mercado à vista, puxa o futuro, e a moeda não sai de onde está. É uma política de sustentação que não tem intuito de eliminar disfunção”, avaliou.


“Havia tudo para que a sessão fosse calma e tranquila, devido ao feriado norte-americano. Já se sabia que a liquidez seria baixa, mas a dificuldade de os dois países marcarem um simples encontro mostra que existe hiato grande entre o pensamento das lideranças”, disse o analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman.  No âmbito doméstico, a pesquisa do Datafolha indicando queda da popularidade do presidente Jair Bolsonaro não afetou os negócios. Os investidores seguem  a agenda política no Congresso, que terá, nesta semana, a votação do relatório da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado.

*Estagiárias sob supervisão de Odail Figueiredo

Melhora previsão do PIB

Após o avanço de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, as projeções do mercado financeiro para o avanço da economia voltaram a melhorar. Segundo o boletim Focus, do Banco Central, a mediana as estimativas para a alta do PIB em 2019 passou de 0,80%, na semana passada, para 0,87% nesta semana. Os analistas elevaram também a previsão para o dólar no fim deste ano, de R$ 3,80 para R$ 3,85. A projeção de inflação caiu de 3,65% para 3,59%. Com isso, a expectativa para a taxa básica de juros permaneceu em 5% para o fim do ano, confirmando as apostas de que o BC continuará com o ciclo de redução da Selic.

Última actualización el Sábado, 07 de Septiembre de 2019 14:07