Queimadas estancam candidatura de Evo Morales na Bolívia Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Jueves, 03 de Octubre de 2019 05:58

Nas últimas sete semanas, queimadas na Amazônia boliviana destruíram mais de 2 milhões de hectares de floresta. A catástrofe coincidiu com a reta final da campanha eleitoral que tem o presidente do país, Evo Morales, como favorito, embora sem a força de outras épocas.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, despeja água sobre chamas em Santa Rosa, comunidade no Leste da Bolívia, na margem da Amazônia Foto: HO / AFP 28-8-19

Pesquisas recentes mostraram que os planos do chefe de Estado de se reeleger no primeiro turno, em 20 de outubro, estão em risco. Os incêndios, apontaram analistas bolivianos ao GLOBO, não provocaram uma queda expressiva de Morales, mas impediram seu crescimento.

 

Hoje, às voltas com questionamentos e protestos, o presidente tem entre 31% e 36% das intenções de voto. Neste cenário, deverá encarar um eventual segundo turno com seu principal adversário, o ex-presidente Carlos Mesa (2003-2005).

A oposição acusa Morales de ter tido uma reação demorada e ainda enfrentar a crise provocada pelas queimadas com negligência. No departamento (estado) de Santa Cruz, onde estão concentrados os focos de incêndio, comitês opositores exigem que o governo declare “estado de desastre nacional”. Na semana passada, Santa Cruz foi cenário de ataques a centros de campanha do governista Movimento ao Socialismo (MAS), e Morales chegou a falar em “tentativa de golpe de Estado”.


AJUDA INTERNACIONAL

O estado, que no começo do governo do MAS, em 2006, era um reduto da oposição ao presidente, hoje está dividido, e algumas pesquisas até dão vantagem a Morales na corrida presidencial.

A mudança do perfil político da região deve-se, em parte, a leis aprovadas por iniciativa do governo que, para incentivar a atividade de produtores rurais, permitiram, em algumas áreas, a utilização de queimadas para ampliar a área cultivável.

Essa posição do governo Morales, conhecido no mundo como um defensor de causas ambientais e dos direitos da Pachamama (Mãe Terra, termo de origem quéchua), causou surpresa e hoje é usada pela oposição para responsabilizar o governo pela tragédia na Amazônia boliviana.

O'GLOBO

Última actualización el Miércoles, 09 de Octubre de 2019 21:33