Protestos no Irã contra aumento nos combustíveis deixam mais de 100 mortos, afirma organização Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Miércoles, 20 de Noviembre de 2019 05:06

A repressão de forças de segurança do Irã contra manifestantes que protestam contra aumento no preço dos combustíveis deixou 106 mortos, informou nesta terça-feira (19) a organização Anistia Internacional — que reconheceu que o número pode ser ainda maior.

Manifestantes protestam contra aumento no preço da gasolina em Sari, no norte do Irã, no sábado (16) — Foto: Mostafa Shanechi/ISNA via AP

Os protestos no Irã começaram na segunda-feira, após o regime de Hassan Rouhani aumentar o preço da gasolina em um país cuja economia já está abatida pelas sanções impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (leia mais sobre os protestos no fim da reportagem).

 

 

O governo iraniano, inclusive, acusa os EUA de interferirem em assuntos internos após a Casa Branca ter demonstrado apoio aos manifestantes.

Segundo a Anistia Internacional, as forças de segurança reprimiram os manifestantes com armas de fogo, canhões de água e gás lacrimogênio, além de espancar pessoas com cassetetes.

 

"Imagens de cartuchos de balas caídas no chão, assim como o número de mortes resultantes, indica que usaram munição real", afirmou.

 

O Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos afirmou, em nota, que está "profundamente preocupado" com os relatos de repressão armada aos manifestantes. A organização também pediu que as pessoas "protestem pacificamente".

 

As manifestações começaram em 16 de novembro em muitas cidades do país, após o anúncio do aumento de pelo menos 50% do preço da gasolina. As autoridades iranianas anunciaram a detenção de mais de 200 pessoas e uma restrição ao acesso à internet.

Os protestos ocorrem em um cenário de crise econômica no Irã, agravada pela retirada unilateral dos Estados Unidos em 2018 do acordo sobre o programa nuclear iraniano, que provocou o retorno das sanções contra Teerã, o que tem graves consequências para o país.

 

G1 GLOBO

 

"Estamos alarmados especialmente que o uso de armas de fogo deixou um número significativo de mortos pelo país", afirmou Rupert Colville, porta-voz da organização.
Última actualización el Martes, 26 de Noviembre de 2019 05:37