Trump confirma que vai jantar com Bolsonaro em seu resort na Flórida. Venezuela na agenda Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Sábado, 07 de Marzo de 2020 01:28

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta sexta-feira (6) que vai se encontrar com Jair Bolsonaro no seu resort de Mar-a-Lago, na Flórida.

O presidente americano, Donald Trump, cumprimenta o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, durante debate da Assembleia Geral da ONU em setembro de 2019 — Foto: Alan Santos/Presidência da República

"Sim, eu vou jantar com ele em Mar-a-Lago. Ele quis marcar um jantar, na Flórida se possível, o presidente do Brasil", respondeu Trump a um repórter durante uma coletiva, após a assinatura de um documento que aumenta as verbas para combater o coronavírus.


 

O encontro deve ocorrer no sábado (7). Interlocutores do Planalto já haviam antecipado essa possibilidade, mas fontes em Washington confirmaram o encontro.

Há a expectativa de que Trump e Bolsonaro assinem acordos na área militar — inclusive, o presidente brasileiro visitará a sede do Comando Militar do Sul dos EUA na viagem (veja mais adiante a agenda do presidente na Flórida).

A Casa Branca deve anunciar oficialmente o encontro nesta sexta-feira. Será o primeiro jantar com os dois presidentes — eles se encontraram em março no ano passado, em Washington, e depois em junho, no Japão, no encontro do G-20, mas não jantaram juntos. Também houve um breve encontro entre os dois durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, em setembro.

Viagem de Bolsonaro

O presidente Bolsonaro viaja na manhã deste sábado para uma agenda de quatro dias na Flórida. O encontro com Trump deve ocorrer ainda no primeiro dia de viagem, e no dia seguinte o brasileiro deve visitar o Comando Militar do Sul.

Na segunda-feira, Bolsonaro participará do Seminário Empresarial Brasil-Estados Unidos e deve se encontrar com a comunidade brasileira na Flórida em um auditório de Miami. No dia seguinte, ele participa da Conferência Internacional Brasil-Estados Unidos e visita a fábrica da Embraer antes de retornar ao Brasil.


G1 GLOBO


VENEZUELA E AVIAGEM DE BOLSONARO AOS EUA

Venezuela

A Venezuela é um tema recorrente entre os senadores que encontrarão Bolsonaro.

Filho de imigrantes cubanos nascido em Miami, Rubio concorreu com Trump em 2016 nas primárias presidenciais do Partido Republicano. Perdeu, elegeu-se senador e, apesar de ter entrado em atrito com Trump durante a campanha dentro do partido, agora é ouvido pelo presidente quando o assunto é Venezuela.

Segundo uma reportagem do New York Times, o senador agora é visto como um "arquiteto das políticas e um porta-voz" na campanha dos Estados Unidos contra a Venezuela. Ele tornou-se um "secretário virtual" dos Estados Unidos para a América Latina, definiu o jornal.

Rubio escreveu artigo defendendo que os EUA façam grandes concessões ao Brasil em troca de apoio do país em conflito contra Venezuela
Rubio escreveu artigo defendendo que os EUA façam grandes concessões ao Brasil em troca de apoio do país em conflito contra Venezuela
Foto: Joshua Roberts/Reuters / BBC News Brasil

"É de conhecimento público que o Trump rejeita o establishment da política externa e desconfia dos agentes tradicionais. Isso explica por que outras pessoas têm uma grande influência nas relações exteriores americanas: é porque há um grande buraco. E é aí que o Rubio entra", diz Gregory Koger, professor de ciência política da Universidade de Miami.

"Rubio entende sobre a América Latina. Além disso, ganhar na Flórida é muito importante para os planos (de reeleição) de Trump." E o apoio de Rubio pode dar ao pesidente uma votação importante no Estado.

É aí que o Brasil entraria também. Para seus planos contra a Venezuela, Rubio quer envolver o país.

No fim de janeiro, o senador escreveu um artigo publicado no site da CNN intitulado "US should go big on Brazil" (Os EUA devem investir no Brasil). "É crucial que os Estados Unidos capitalizem nessa oportunidade histórica para aproximar as duas nações", escreveu.

"Um forte, vibrante e democrático Brasil mais alinhado aos Estados Unidos como um parceiro estratégico pode ser uma força multiplicadora para lidar com a crise em andamento na Venezuela e combater as intenções malignas de regimes autoritários como a China, a Rússia e o Irã, que tentam expandir sua presença e atividades na América Latina."

Para conseguir esse apoio político do Brasil contra a Venezuela, ele argumenta que Trump deveria fazer uma série de concessões ao país, aumentando o investimento, a cooperação no setor da energia, apoiando a entrada do Brasil na OCDE, entre outros.

Rubio, que pertence aos comitês de Inteligência e de Relações Exteriores do Senado, já disse que uma ação militar na Venezuela para derrubar o governo de Nicolás Maduro "é sempre uma opção".

Eduardo Bolsonaro chegou a afirmar o mesmo no ano passado. Ao jornal chileno La Tercera, disse que "todas as opções estavam na mesa" para resolver a crise da Venezuela; dentre essas opções, o uso da força. O presidente Bolsonaro descartou a possibilidade.

Scott também já defendeu a invasão da Venezuela. "Respeito aqueles que são cuidadosos em relação aos perigos da intervenção militar. Normalmente estou entre eles. Mas é hora de admitir que a falta de ação pode ser igualmente perigosa, se não for mais ainda", escreveu em um texto publicado no jornal The Washington Post em maio de 2019. O link para o texto foi compartilhado por Eduardo Bolsonaro no Twitter e qualificado pelo deputado como "excelente".

Última actualización el Martes, 10 de Marzo de 2020 02:16