Nova urna eletrônica é mais segura e rápida, mas não extingue vulnerabilidades, dizem especialistas Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Martes, 21 de Diciembre de 2021 22:08

 

Quase metade das urnas eletrônicas será substituída nas eleições de 2022 por um novo modelo, que promete mais segurança e rapidez no voto e acessibilidade para pessoas com deficiência. Mas especialistas dizem que o aparelho mais moderno não afasta a principal crítica ao sistema eleitoral brasileiro: os problemas de ataques hacker à segurança do voto na urna eletrônica.
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Quase metade das urnas eletrônicas será substituída nas eleições de 2022 por um novo modelo, que promete mais segurança e rapidez no voto e acessibilidade para pessoas com deficiência. Mas especialistas dizem que o aparelho mais moderno não afasta a principal crítica ao sistema eleitoral brasileiro: os problemas de ataques hacker à segurança do voto na urna eletrônica.

Nova urna eletrônica

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 225 mil equipamentos mais modernos estão sendo fabricados e distribuídos aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Cada nova urna eletrônica custou US$ 985,50 (R$ 4.123,00) – um investimento total que passa de R$ 900 milhões. No total, 577 mil serão usados nas eleições do ano que vem.

 

Para apresentar o novo modelo de urna, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, visitou na segunda-feira passada (13) a linha de produção da Positivo Tecnologia, vencedora da licitação, em Manaus (AM), onde estão sendo produzidas as placas-mãe. Segundo ele, a compra do modelo mais moderno permitirá a renovação dos equipamentos da Justiça Eleitoral, considerando que a vida útil de uma urna é de 10 a 12 anos.


Entre as vantagens destacadas pelo TSE da nova urna está a maior rapidez na identificação do eleitorado. No novo modelo, chamado de UE2020, o terminal do mesário terá tela gráfica sensível ao toque (similar à de um tablet), o que permitirá que uma pessoa seja identificada pelo mesário, enquanto outra vota.


Em termos de segurança, elas terão tecnologia compatível com os requisitos da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), uma plataforma de criptografia utilizada oficialmente pelo governo brasileiro que garante a autoria, integridade, autenticidade e confidencialidade às assinaturas ou cifras digitais. Isso significa que um laboratório certificado pelo Instituto Nacional de Pesos e Medidas (Inmetro) – no caso, o Laboratório de Aplicações Tecnológicas para o Setor Produtivo Industrial (Laspi), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – fez uma avaliação do programa embarcado e do código-fonte, atestando que eles atendem aos requisitos do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), que define as regras da ICP-Brasil.


De acordo com o TSE, o algoritmo criptográfico da urna também foi trocado para um dos mais apurados atualmente disponíveis. O novo modelo também traz as seguintes vantagens, segundo o TSE:

Processador 18 vezes mais rápido que o modelo 2015.

Por não precisar de recarga, a bateria do tipo lítio ferro-fosfato exige menos custos de conservação.

Expectativa de duração da bateria é por toda a vida útil da urna (10 a 12 anos).

Mídia de aplicação do tipo pendrive traz maior flexibilidade logística para os TREs na geração de mídias.

Terminal do mesário passa a ter tela totalmente gráfica, sem teclado físico, e superfície sensível ao toque.

Teclado aprimorado, com teclas com duplo fator de contato, o que permite ao próprio teclado acusar erro, caso haja mau contato ou tecla com curto-circuito intermitente.

Mais recursos de acessibilidade: a sintetização de voz foi aprimorada para que sejam falados os nomes de suplentes e vices, sendo possível também cadastrar um nome fonético (para pessoas com deficiência visual). Além disso, será incluída uma apresentação de um intérprete de Libras na tela da urna, para indicar quais cargos estão em votação para os eleitores com deficiência auditiva.

Barroso destacou que a urna eletrônica não tem conexão com a internet, bluetooth ou com qualquer rede, o que inviabiliza ataques de hackers externos. Segundo o TSE, o equipamento usa o que há de mais moderno em termos de criptografia, assinatura e resumo digitais, a fim de garantir que somente o sistema e programas desenvolvidos pelo órgão e certificados pela Justiça Eleitoral sejam executados nos equipamentos. O novo modelo também traz o já conhecido Registro Digital do Voto (RDV), que embaralha as informações sobre os votos em uma tabela, assegurando o sigilo da votação.


Gazeta do Povo

Última actualización el Domingo, 26 de Diciembre de 2021 13:45