DAMA DE BRANCO DENUNCÍA QUE O SEU MARIDO PRESO EM CUBA PASSOU 7 ANOS INCOMUNICABLE NO CÁRCERE Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Viernes, 08 de Octubre de 2010 23:31

Enquanto esperava o momento de finalmente reencontrar-se com seu marido Fidel Suarez Cruz pela primeira vez em sete anos, a cubana Anilei Puentes Varela contou que ele passou todo o tempo de detenção isolado, sem falar com nenhum dos outros detentos. Durante sete anos, as únicas pessoas com quem manteve algum contato foram seus carcereiros.

“Durante esses sete anos meu marido passou em uma solitária, sofreu maus-tratos, pressão psicológica. As condições na prisão são muito duras”, disse Anilei na manhã desta terça-feira de sua casa em Manuel Lazo, em Piñar Del Río, onde esperava a chegada das autoridades para levá-la com seu filho a Havana. Na capital cubana, eles passarão por exames médicos e receberão documentos antes de encontrar-se com Cruz no aeroporto e embarcar para Madri nos próximos dias.

Cruz, que cumpria uma sentença de 20 anos, é um dos três presos cuja libertação e subsequente envio à Espanha foi anunciada na segunda-feira pela Igreja Católica de Cuba. Além dele, serão libertados Horacio Julio Pina Borrego, que cumpria 20 anos, e Alfredo Felipe Fuentes, sentenciado a 26.

Os três fazem parte do grupo de 75 ativistas e líderes da oposição presos na repressão conhecida como a Primavera Negra de 2003. Em julho, o governo comprometeu-se a soltar os 52 representantes do grupo que ainda estão na prisão, e desde julho 39 foram libertados.

Pressão

O acordo para a libertação dos presos foi mediado pela Igreja Católica e pela Espanha em meio ao aumento de pressão internacional sobre Cuba após a morte do preso político Orlando Zapata, em fevereiro. Ele morreu após 84 dias de greve de fome, em que exigia melhores condições na prisão.

Apesar de o governo cubano nem a Igreja Católica explicitarem que a ida à Espanha é uma precondição para a libertação, Anilei afirma que eles não tiveram escolha. “Não foi nos dada opção além de ir a Madri. É um desterro, mas estamos felizes”, contou.

Depois de chegar à capital espanhola, o casal planeja se mudar com o filho de 7 anos, que tinha apenas 14 dias quando o pai foi preso, para o Canadá. Todo o processo para pedir asilo político ao governo canadense foi feita da Ilha e, segundo Anilei, “tudo está encaminhado”.

“A Espanha está em más condições econômicas. O Canadá fica mais perto de Cuba e achamos que, ali, teremos mais chance de prosperar e de enviar ajuda para o resto da família que ficará no país”, disse.

Anilei, que faz parte do grupo das Damas de Branco - que lutam para libertar os parentes presos – sente-se realizada com a libertação. “Foi um processo muito longo para chegar até aqui, sofremos coerção das forças de segurança, pressão psicológica, maus-tratos. Mas é uma etapa cumprida até que tudo mude”, completou.

Última actualización el Martes, 12 de Octubre de 2010 10:24