¡O rey está nu! Imprimir
Escrito por Fuente indicada en la materia   
Viernes, 30 de Diciembre de 2011 10:58

Por Jorge Hernández Fonseca.-

Acabamos de assistir a uns dos lances mais dramáticos da longa história de embustes que o castrismo tem submetido aos cubanos de dentro e fora da ilha. Primeiro, através de seu sistema de informação-desinformação, fez circular a notícia que na próxima assembléia do “poder popular” seria anunciada --pelo Raúl Castro-- a tão aguardada “reforma migratória”. Acabaria a opressiva “permissão de saída”, o qual causou uma expectativa sem precedentes na área das limitações que a ditadura tem submetido aos cubanos, dentro da chamada “cárcere grande”.

A tão esperada libertação, anunciada tempo atrás pelo próprio Raúl Castro, se inscreve dentro do que ele e seus generais têm chamado de “mudanças”, mas, que a diferencia de outras medidas do mesmo corte, não está direcionada ao sector econômico --como o conjunto de ações destinadas na ilha ao setor de “ofícios autorizados”-- mas, ao sensível setor social.

Depois de anunciado profusamente --em entrevistas e artigos de opinião de “intelectuais” castristas que participaram na redação da reforma-- Raúl Castro simplesmente teve medo ante a reação do povo: o anuncio da eliminação da “permissão de saída” provavelmente causaria uma invasão similar à da embaixada do Peru, em 1980 (mais de 100 mil cubanos entraram nos terrenos da embaixada e recusaram sair da sede diplomática até não ter garantido asilo político no Peru), mas, esta vez seria nos terrenos do aeroporto internacional de Havana.

Tentando amenizar a decepção que provocaria o fato de não anunciar o levantamento das draconianas restrições migratórias cubanas, o general ordenou a seus auxiliares procurar uma alternativa (outra) que de alguma maneira compensara o embuste. Como não libertariam aos cubanos do “cárcere grande”, atuariam no “cárcere pequeno”, libertando então quase três mil presos, o que internamente representou pouco (num universo de 70-80 mil presos na ilha), internacionalmente deu sim a impressão de “generosidade”, que na realidade não tem caracterizado à ditadura cubana.

As causas deste vexame (um ditador jogando descaradamente ante o mundo com a liberdade, não já política, mas, de movimentos de seu povo, em vivo e em direto) podem ser várias. Muito provavelmente obedeceria a que o ‘ditador maior’ --ainda escutado-- negou-se ‘refrendar’ “tão irresponsável” medida, y Raúl Castro decidiu adia-a até o desenlace final do velho ditador.

Depois deste proceder nervoso com algo tão fundamental para qualquer cidadão, como entrar e sair no seu próprio país --garantido até nos regimes mais autoritários do mundo-- a ditadura de Raúl tem ficado nua na frente da comunidade internacional. Não se trata da análise da conveniência de certas decisões. Trata-se de que intelectuais do governo anunciaram a eliminação da “permissão de saída”, e inexplicavelmente ficou sem efeitos, com justificativas fúteis, depois de inexplicáveis 53 anos sem liberdade para viajar.

Este adiado anuncio --associado sem dúvidas ao “tremer de pernas” do Raúl e seus generais-- suma-se à lista de “deposição das bandeiras socialistas” que Raúl Castro vem patrocinando desde que assumiu a chefatura do governo, pensando vir a ser ‘outro’ “salvador da pátria”: primeiro, o escamoteio do trunfo da oposição cubana contra o socialismo castrista (Raúl e seus generais querem encabeçar agora o trânsito do comunismo ao capitalismo); e segundo, a venda das riquezas nacionais --e das empresas previamente confiscadas aos capitais cubanos-- entregando-as ilegalmente a exploradores capitais estrangeiros, alheios aos interesses da Nação Cubana. Um jogo sujo que se suma à traição de origem com a revolução de 1959.

¿Quê roupa fica para vestir um ‘rei’ que se comporta de semelhante maneira? Os filhos e netos de Fidel, Raúl e seus generais, repartem-se o país como proprietários capitalistas de vidas e fazendas. Vidas, porque reafirmam o ‘cadeado’ na porta de saída da ilha, sua propriedade particular; e fazendas, porque repartem as riquezas nacionais entre os que melhor lhes pagam desde o estrangeiro. Ante tão triste e desolador panorama nacional, já sem ideologias que os justifiquem, fica claro agora mais do que nunca, que ¡o rei está nu!
25 de Dezembro de 2011
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Última actualización el Viernes, 30 de Diciembre de 2011 11:00