Brasil ao resgate da ditadura castrista Imprimir
Escrito por Indicado en la materia   
Sábado, 13 de Septiembre de 2014 10:44

Por Jorge Hernández Fonseca.-

Há no Brasil --e em boa parte de Latino-América-- uma distorção geral respeito aos regimes políticos, ideológicos e econômicos. Depois de sair com sucesso de ditaduras de corte político militar, boa parte da América do Sul se embarca agora num apoio incondicional à única ditadura remanente em toda Latino-América: a ditadura castrista implantada em Cuba. O castrismo foi quem provocou a guerra civil guerrilheira das décadas dos 60 e 70 do século passado na Nossa América, consequência da qual emergiriam as ditaduras militares mencionadas antes, que ao derrotar a esquerda beligerante de então, criaram democracias governadas (primeira distorção) nada menos que ¡pelos derrotados!

A segunda distorção --esta de tipo político-- consiste em que América Latina não reconhece na Cuba castrista uma ditadura. Por incrível que pareça, os ex-guerrilheiros treinados na ilha para fazer a guerra em Sul-América (agora no poder em seus países) insistem em ver na opressão dos irmãos Castro uma “democracia social”. ¡Nada tão insensato! “Eles” sim que puderam lutar contra as ditaduras que os oprimiram, os cubanos não podem!

Como que a maioria dos governantes de Latino-América foram guerrilheiros reciclados, que por incrível que possa parecer, saíram com vida de “terríveis” “ditaduras militares” enquanto “lutavam” por implantar nos seus países um sistema similar ao cubano, agora lhes é muito difícil reconhecer que estavam “totalmente errados”, por isso apoiam ao castrismo. Esta é una distorção ideológica: querem para Cuba o que não querem para seus países. ¿Engraçado verdade?

Por outro lado, todas estas nações lutam por atrair a inversão estrangeira para impulsar o crescimento econômico, se aderem às praticas do mercado como fonte de riquezas e tomam medidas privatizadoras como via de aumentar a eficiência econômica, em quanto batem palmas á discriminação que os irmãos Castro fazem com a sociedade civil cubana em general, impedida de capitalizar-se, de atuar como entes economicamente ativos, relegada a atividades menores e subalternas.

Brasil, sabendo que o castrismo só se mantém se consegue um suporte econômico forte que o mantenha (primeiro foi a União Soviética, que subvencionou a ilha por 30 longos anos, depois foi a Venezuela de Hugo Chávez, que ainda hoje envia rios de petróleo sem custo para manter aquele “parque temático” de carros velhos e prédios destruídos) tem-se aventurado a ser o próximo na lista de mantenedores da mais antiga ditadura do Continente.

Em consonância com a crença de que os cubanos “não podem ser livres”, o atual governo brasileiro do Partido dos Trabalhadores, PT, aliado fundamental da ditadura castrista em Brasil, tem-se apresado “enterrar” na ilha dos irmãos Castro mais de mil milhões de dólares por conceito de modernização de um porto cubano, para operá-lo precisamente quando Estados Unidos decida comerciar com Cuba, o qual –por lei norte-americana-- só será possível quando Cuba faça uma apertura política, é dizer, quando já não exista mais castrismo.

No momento que os irmãos Castro ensaiem uma apertura política, nenhum dos representantes de sua nefasta ditadura será governo nunca mais na ilha, por isso não fazem apertura. Como é possível que a cegueira do PT brasileiro permita que seja dilapidado o capital nacional entregando mais de mil milhões de dólares a uma ditadura nos seus finais, pensando que terá alguma maneira de continuar em Cuba depois de um câmbio político? Tudo aquele que agora (ou antes) ajudou aos irmãos Castro a oprimir ao povo cubano, será simplesmente expulsado da ilha, com o apoio firme de EUA sempre que haja interesses --como os do PT brasileiro-- que também lesem diretamente aos interesses norte-americanos.

Como se tudo o anterior for pouco, o atual governo do PT brasileiro usa nada menos que quatro mil médicos cubanos dando a eles o tratamento de “cidadãos de segunda” categoria ao negociar com os irmãos Castro o pagamento de praticamente todo o salário mensal comprometido com cada um deles, entregado na mão do ditador, em quanto paga a cada médico uma fração insignificante deste salário. Uma prática escravista que não sucede com nenhum médico estrangeiro no Brasil e que só serve para apoiar com mais de 200 milhões de dólares por ano à falida tirania castrista, tirado do salário dos sacrificados médicos cubanos, canalhada que o povo da ilha não olvidará quando recupere sua liberdade.

A antiga União Soviética mantinha à ditadura cubana por razões de estratégia de alta política internacional durante a guerra fria. Algo similar sucedeu em quanto Chávez estava com vida, já que ele se constituiu em ponta de lança do castrismo para penetrar Sul-América. Mas, que persegue Brasil com este empenho de substituir à Venezuela como mantenedor da ditadura castrista no poder? será para materializar um anti-norteamericanismo infantil? será que Brasil quer construir em Cuba uma plataforma produtiva para comerciar com vantagens com EUA quando já os irmãos Castro não existam mais? será um sinal da dupla Lula-Dilma (mentores do apoio econômico à ilha agora, para a manutenção da ditadura em Cuba) à extrema esquerda de seu partido, o PT, com objetivos políticos partidários internos?

Todas as perguntas formuladas têm respostas alternativas, umas mais explicáveis, outras menos. A pergunta que resulta difícil de responder é, como o governo brasileiro se “embarca” com dinheiro do estado (não do partido PT) numa política planificada precisamente para o pós castrismo, quando sabe que ajudar aos irmãos Castro na opressão do povo cubano agora, é a melhor maneira de serem expulsos da ilha precisamente no pós castrismo, tanto pelos governantes anti castristas cubanos que cheguem ao poder, como pelos norte-americanos, contra os quais se executa também a atual política de ingerência brasileira na ilha?

Uma possível resposta à pergunta anterior é que o PT brasileiro quer “apoiar” uma dupla apertura, econômica e política na ilha (sem apertura política não há negócios com EUA, por lei norte-americana, repeto), mas, sem levar em conta aos opositores cubanos, mas, somente aqueles cubanos “militantes” que apoiam os excessos ditatoriais hoje e que se conseguem sobreviver ao fracasso socialista, pretendem continuar com as “deliciosas rendas do poder”.

Brasil com tudo isso, executa uma perigosa aventura partidária, ideológica y “fraternal” do partido no poder, PT, que admira à ditadura cubana subvertendo os valores democráticos e brincando com o dinheiro do estado, não do partido PT. Algo assim não pode ter sucesso no corto, no mediano, nem no longo prazo, porque, por mais do que o PT brasileiro não queira, o povo cubano tem direito a ser tão livre, democrático e independente, como é o próprio Brasil, assim como são o resto dos países de Latino-América, depois de liberados das ditaduras militares emergidas precisamente pela imposição guerrilheira castrista a sangue y fogo.

Para uma sociedade como a cubana, que já tem pagado o alto preço de 10 mil jovens fuzilados por causas políticas, de mais de 400 mil lutadores pela democracia, que têm passado por longos anos de prisão nos cárceres ditatoriais e que têm emigrado massivamente (mais do 20% da população cubana mora no exílio) a derrota da ditadura está próxima e seria muito triste que um povo irmão, nobre e generoso como é o povo brasileiro, suje sua história e seu futuro ético y moral tentado impedir que o povo cubano alcance finalmente sua liberdade.

15 de Outubro de 2013

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