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Delator detalha R$ 1,2 bi em propina para PT e executivos |
Escrito por Indicado en la materia |
Lunes, 09 de Febrero de 2015 12:08 |
Os 89 maiores contratos da Petrobras foram a fonte para um volume total de propina que chega a R$ 1,2 bilhão, segundo valores contidos em planilha entregue aos procuradores da Operação Lava Jato por Pedro Barusco, ex-gerente da petroleira, e corrigidos pela inflação do período. Os contratos listados por Barusco somam R$ 97 bilhões. O suborno equivale a 1,3% deste valor. Em depoimento que prestou após acordo de delação premiada, o ex-gerente citou que a propina variava de 1% a 2% do valor contratado. A tabela de cinco páginas detalha em que acertos houve propina, quem pagou, o nome do intermediárioe como o dinheiro foi dividido entre o PT, o ex-, em que data diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, o ex-diretor de Serviços, Renato Duque, e o próprio Barusco.
Duque ocupou o cargo por indicação do PT, o que seus advogados negam. No acordo que assinou, Barusco se comprometeu a devolver US$ 97 milhões que recebera de suborno. De acordo com a planilha, o PT ficou com a maior parte dos recursos: R$ 455,1 milhões, equivalente hoje a US$ 164 milhões. O partido nega ter recebido doações ilegais. No depoimento aos procuradores, Barusco disse que a parte do suborno que ficara com o PT era de US$ 150 milhões a US$ 200 milhões. A empreiteira que mais pagou propina, segundo a lista de Barusco, é a Engevix. A empresa ocupa essa posição porque conquistou o maior contrato citado pelo ex-gerente na planilha, de R$ 9 bilhões, para a construção de cascos de navio para a exploração do pré-sal. Nesse caso, detalha Barusco, a propina foi de 1% do valor do contrato (R$ 90 milhões), dividida em partes iguais entre o PT e a diretoria de Serviços da estatal. Os pagamentos listados ocorreram entre maio de 2004 e fevereiro de 2011, nos governos Lula e Dilma Rousseff. Os dados mostram que a maior parte da propina foi paga em 2010, ano da primeira eleição de Dilma. De acordo com a tabela, foram embolsados R$ 374 milhões. Desse total, o PT teria ficado com R$ 120 milhões. Metódico O material apresentado por Barusco é organizado ao ponto de apresentar os centavos de obrasbilionárias da Petrobras. Onze agentes que intermediavam a propina são mencionados, entre os quais Julio Camargo –ligado à empresa Toyo Setal e também delator do esquema– e Idelfonso Colares, presidente da Queiroz Galvão até 2013. Já na coluna sobre a divisão do suborno, Barusco usa códigos: “part” para Partido dos Trabalhadores, “PR” para Paulo Roberto Costa e “casa” para identificar a diretoria de Serviços. Em alguns casos, a divisão da “casa” aparece detalhada. Em uma obra na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, por exemplo, há a indicação “(0,6MW 0,4Sab)” ao lado do registro de uma propina de 1% para a diretoria. “MW” é uma referência a Renato Duque, a quem Barusco se referia como “My Way”, título de canção interpretada por Frank Sinatra. “Sab” identifica o próprio ex-gerente da Petrobras, numa alusão a Sabrina, nome de uma ex-namorada, segundo ele relatou à Polícia Federal. Assim, só nesse contrato Duque levou R$ 7,9 milhões e Barusco, R$ 5,3 milhões. FOLHA.COM |
Última actualización el Jueves, 12 de Febrero de 2015 12:53 |
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